Eu nunca usei tamanho 38 (parte I)


Não, meu blog não mudou o foco. Só estou numa fase em que preciso falar de algumas meninices e, talvez, alguns moços até também curtam saber disso. Como terapia é caro, cá estou escrevendo. E essa fase se iniciou há algumas semanas quando, insistentemente, tentei entrar numa calça número 42 e ela não me coube. Pra mim, que já havia estacionado no mesmo tamanho há dois anos e pouquinho, foi um susto. Você pode estar aí se perguntando “mas por que toda essa ladainha, meu Deus?! Faça uma dieta, exercite-se e resolverá seu problema, filhinha”. Sim, muito simples – falando. Na prática são outros quinhentos. Mas vamos aos fatos...

O porquê do título: não, em nenhum momento da minha vida usei tamanho 38. Lembro-me da minha fase dos 9 aos 12 anos em que me irritava facilmente quando alguma parente enchia minha paciência reclamando das minhas roupas folgadas. Mesmo que fosse a blusa mais bonitinha, contando que não me apertasse, estava ótimo. Sem contar que, nessa idade, eu já possuía mais corpo do que minhas amigas e isso realmente me envergonhava.

Quanto mais eu pudesse me esconder, melhor. Nada de calças justas, quiçá sonhava em vestir blusinhas que exporia minha barriga. Ser um parâmetro de comparação não era nada legal. E até hoje odeio isso! Me recordo que passei rapidamente do tamanho máximo infantil ao adulto – do 18 para o 40. E algumas tias insistiam em me dar calças número 38 e ainda diziam “ah Babi, cabe em Fulana que tem o mesmo corpo que o seu, fica um pouco apertadinha, mas dá pra usar”. Não, gente, aquilo não cabia em mim, só numa pessoa magérrima a vestiria!

Minha vaidade nessa época resumia-se a batom/ gloss e o enfeite da minha presilha de amarrar cabelo. E vejo o quanto as pessoas nos impõem desde cedo certos padrões. Hoje, já “adulta” percebo o quanto me privei de brincar, porque sempre me sentia “a gordinha que mal consegue correr” ou participar de qualquer brincadeira que exigisse esforço físico.

Nos meus 13 passei por uma quase depressão por vários problemas familiares, então eu decidia não comer e emagreci. Contudo no ano seguinte comecei a descontar minha ansiedade e meu nervosismo na comida e cheguei aos 68 kg lá pelos meus 1,54 de altura. E estabilizei pelos próximos três anos e consegui aos poucos obter aquela vaidade feminina corriqueira.

No ano de 2009, a dança surgiu na minha vida para recuperar minha autoestima. Eu que me sentia a “patinho feio”, não me transformei no cisne, não. Longe disso. Mas passei a me aceitar, a enxergar minhas qualidades e passei a valorizar tantas outras coisas em mim. E nesse balançar das cadeiras perdi quase 10 kg. Um marco.

Sustentei meus 58 kg até alguns meses atrás quando a vida de universitária e estagiária me tomarem o tempo, e minha rotina alimentar e das minhas aulas de dança virarem uma bagunça. E agora isso: um susto de voltar à casa dos 60 kg (acrescentem mais 3, 3 kg aí para meus 1,57 de altura) e não caber mais nas minhas calças tamanho 42, que não é tamanho de gorda.

Sei que terá gente que falará que também é péssimo ser magérrima, que é uma dificuldade só engordar uma mísera grama – e, sim, eu as entendo. Defendo que devemos procurar estar bem consigo mesmas. Mas não fique buscando uma fórmula milagrosa pra engordar/ emagrecer, porque a receita nós sabemos... Então façamos do jeito certo, adaptando e respeitando nosso biótipo
Compartilhem suas histórias e opiniões, em breve quero postar aqui sobre minhas metas a respeito desse assunto. 

9 comentários:

  1. Também já sofri por causa de peso. Eu era o mais gordinho da minha sala e ficava sem comer pra poder emagrecer nem que fosse um grama. Foi o teatro (assim como a dança para você) que me ensinou a amar o meu corpo antes de qualquer coisa.
    Nada como a maturidade e a arte para nos ensinar algumas coisas.
    Beijos, Babi.

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  2. Babs, eu me identifiquei mto com vc menina, eu tb era assim nessa fase, bem mais corpuda que minhas amigas e coloque ai o agravante de eu ser alta (hj tenho 1,73..) Estou numa dieta foda, e perdi 6kg U.U.. mas dos 42 eu já passei faz teeempo rs.
    Fale das suas metas, estou pensando em tb falar das minhas no bog.. é uma terapia mesmo..

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  3. É incrível como uma mulher linda (isso pq vi poucas fotos)e inteligente (isso pq falei poucas vezes) como vc é capaz de se encanar com o número do manequim. Apesar de que post deixa claro que hoje em dia vc superou isso. O problema (eu acho) é que essa mudança repentina do 42 não ter entrado em vc nesses últimos dias, faz com que vc relembre sua vida antes de ter alcançado a maturidade de ter se aceitado como é. E outra, agora vou falar como Educadora Física, às vezes por N motivos uma calça jeans não entra naquele dia ou em determinados dias. A gente pode tá apenas com retensão de líquido por conta da alimentação, da falta de ingestão de água, do estresse, da correria do dia dia. Às vezes é só isso!!!

    BeijoZzz

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  4. Fui no caminho contrário. Sempre fui muito magra. O tipo de magreza desejável por muitas mulheres, exceto por mim. Encarei dietas para engordar em pleno início de adolescência. Com o tempo, com o corpo se formando e a maturidade também acontecendo, desisti de tentar engordar para me sentir bela. Hoje estou feliz em meu manequim 38. Vesti 36 por muito tempo. Engordei um quilo semana passada. Não tenho do que reclamar.
    Quando a gente se aceita como é, a vida passa a dar certo. Não me encaixo nesses perfis pré-estabelecidos por uma sociedade que acha o que é certo e errado. E seria feliz se fosse acima do peso, também. Apesar de já ter sido bem triste por ter ficado muito abaixo.
    Abraços.

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  5. Eu amo as suas pernas.

    Um Beijo.


    P.s.: Eu ri da sua ironia. "não me transformei no cisne."

    Te amo!

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  6. Eu sonho em ser abdomem definido, braços grossos.. enfim, mas na hora que penso em malha, dá vontade de desistir. Só que não, ano que vem entro na academia e serei aceito pela sociedade kkkkkkkkkkkkk

    É bom estarmos bem consigo, mas eu me sentiria muito bem tendo o corpo do Brad Pitt ou do Henri Castelli. Fim. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Beijos Bambi \õ

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  7. desculpa os erros de port. estou sem óculos aqui :D

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  8. Me identifiquei muito com seu texto. Não sei com certeza, mas acredito que também nunca vesti tamanho 38. Para ser sincera, nunca fui muito ligada à esses padrões, nem me importava com minhas tias chatas enchendo o saco. Também me desenvolvi antes das minhas amigas e praticamente fui obrigada a aprender a não ligar para questões que ultrapassassem o nível aceitável de futilidade, como ir à loucura para caber em certas roupas.
    Não acho que reclamando é a saída, mas as vezes é bom desabafar e ver que tem pessoas na mesma situação. Realmente não existe forma milagrosa e, por mais que nos sintamos confortáveis da forma que estamos, é inevitável ocorrer alguns incômodos eventualmente, né?
    O jeito é ter paciência e correr atrás de uma melhora!

    Gostei do texto! Beijão :*

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  9. A pouco tempo cheguei a conclusão de que ninguém nunca vai estar satisfeito, a pouco mais de um ano contratei uma nutricionista e um personal para atingir o meu tão sonhado corpo, hj 6 kg mais magra e vários percentuais de gordura abaixo, luto para conseguir massa muscular, pq agora estou muito magrinha!!! E agora ainda sou obrigada a escutar umas cinco vezes por dia que emagreci demais, até pq as minhas calças 38 ficaram largas.
    A eterna luta feminina com a vaidade, jamais estaremos satisfeitas!!!

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