(+18) Urgência de você;

Ele ainda se lembrava da primeira vez em que ela tirou seus óculos e correu para longe provocando-o, "então, ceguinho, daí você me enxerga? jura que ainda me acha linda?". E ele riu da própria miopia e de tudo aquilo que ela lhe instigava por dentro. Num tom mais alto ele lhe respondeu "você é o borrão mais lindo que já vi na vida". E ela estremeceu, freando o próprio passo, enquanto ele trilhava meio trôpego com medo de cair se aproximado cada vez mais dela... Ele a tomou nos braços, enquanto ela depositava de volta com todo cuidado seus óculos em seu rosto. "E agora?", ela sorriu. "Ah, bem melhor...", disse ele acarinhando delicadamente uma de suas bochechas rosadas, porque ela carregava consigo esse rubor gracioso da timidez mesmo mostrando toda sua volúpia como mulher. 

Ela era sua menina e disso já não tinha mais dúvidas. Os lábios dela procuraram os dele e ele despertou daquela divagação ao admirá-la enquanto dormia. Se tinha algo do qual ele gostava era de velar seu sono, parecia algo poético e distante quando ainda namoravam, já que pouquíssimas vezes conseguiam passar a noite inteira juntos. Mas agora era a única certeza que lhe trazia extrema felicidade vindo de um momento tão simples e até banal para alguns casais: olhá-la dormir. Sua expressão tão lívida e inocente lhe enchiam de um amor tão terno que ele poderia passar horas ali, contudo nunca resistia... 

Os ombros dela estavam desnudados com as alças da camisola caídos sobre os braços e as costas e clavícula ali bem expostas, mostrando o caminho que ele adorava percorrer: ombro, clavícula, pescoço, orelha... Só de imaginar já se animava todo e assim o fazia. Primeiro roçava suavemente sua barba por fazer naquela pele clarinha e ela se remexia um pouquinho oferecendo-lhe logo um risinho. Tão boba. Depois ele fazia um afago tíbio no braço e morosamente esfregava mais o rosto nela, como um bicho que cheira sua cria. Um beijo. Um cheiro. Do ombro à orelha. Ela despertava mansinha, entreabria os olhos e ficava reconhecendo aquelas sensações tão bem-vindas logo cedinho. 

Ela ia voltando-se para o lado a cada parte que ele aprazia e vagarosamente se impunha sobre o seu corpo. Era ela sendo tão sua aproveitando também para tomá-lo para si. Os beijos chegavam dóceis até a bochecha para então seus olhos se fitarem com aquela ternura que somente dois amantes reconheciam. "Bom dia!", ela pronunciou num sibilo. "Bom dia, meu amor", ele retribuiu inebriado. E assim, o corpo dele vertendo sobre o dela, eles selavam uma, duas, três vezes a boca um do outro. 

Ele sabia que se não saísse rápido daquela posição daria margens à outra coisa, mas não conseguia sequer pensar em sair dali. A boca dela tinha gostinho da manhã e eles já não se importavam mais sobre isso. E ela assim mesmo desabraçou-o para se espreguiçar um pouco e ele permaneceu ali prostrado no amor que queria dar. Ela sabia que cederia, principalmente, quando o sentia afundar o rosto em seu pescoço e a beijava como quem quisesse se afogar, se perder; e quem perdia a razão era ela. A língua dele deslizava em espirais pelo seu colo a medida que a pressão sobre seu quadril era mais intensa. Com uma das mãos ele apertou uma de suas coxas e olhou-a com a boca semiaberta. 

Ela queria sorrir, mas o calor e o torpor já lhe tomavam o corpo. Em segundos, ele afrouxou seus corpos e voltou a roçar-se nela. Os sexos um de encontro ao outro. Ele sabia que somente a fina camada do próprio calção e a da calcinha dela que o separavam, mas estava tão bom. O pau entumescendo e a calcinha molhando-se de prazer. Ela arfou, finalmente, sôfrega de não conseguir mais controlar a vontade e os gemidos vieram um atrás do outro como súplica do que queria também. Enfiou as mãos no bumbum dele e apertando-o com força contra si, beijou-o com ardor, consumindo-o. 

Eles começavam quase todos os sábados assim: com urgência.

(Des)Encantos de Lorenzzo

Ela está com os cabelos recém-cortados e sabe que mexe comigo (mesmo que sejamos somente amigos), aí me xinga toda enrubescida dizendo que sou um babaca e eu rio alto sabendo que sou mesmo tudo isso e um pouco mais do que ela me diz na cara. Recentemente ela me emparedou com tal pergunta "e, então, não vai escrever um texto pra mim, não, seu porra?" e me senti ofendido, juro. Porque era ela quem me devia uma parceria há tempos, mas que nunca fluía. 

Aí surgiu um projeto e ela finalmente me enquadrou com uma doçura do tipo que poucas conseguem empregando meu apelido no final da frase daquele jeito que eu me seguro para não falar "você é uma filha da puta, meu, para de falar assim comigo", porque sim, homem fica derretido com essa voz melódica com que vocês, mulheres, nos pedem as coisas. E ela conseguiu. Mas logo em seguida me veio a dúvida: sobre o que escrever? Não sei porquê fui questioná-la... Ela toda prosa disse "escreve sobre o que você sabe de melhor: putaria!". Não se iludam!, quero aproveitar essa oportunidade para abordar sobre tudo o que experimentei e vivo, seja sobre sexo, amor ou a vida. E vocês poderão conhecer o velho e o novo Rafa Lorenzzo. Às vezes, virão uns textos inspirados sobre nada com coisa nenhuma e veremos a farofa que isso dá. 

Prazer,

Tag: 14 metas para 2014


1. Conseguir estágio novo;
2. Ver mais o namorado, mesmo que em bate-volta;
3. Conhecer o Chile ou Buenos Aires (planos para o segundo semestre);
4. Ler mais:
 4.1 (ao menos duas) obras sobre feminismo;
 4.2 (ao menos duas) obras em espanhol;
 4.3 (ao menos duas) obras de jornalismo sem ser leituras obrigatórias de faculdade;
 4.4 liquidar os livros que comprei em 2013 e não foram lidos ainda;
5. Fazer algum curso ou participar de alguma palestra de comunicação social/ social media ou marketing digital;
6. Escrever meu artigo sobre jornalismo, feminismo e sexualidade para participar da Intercom de 2015;
7. Sair para dançar pelo menos de 15 em 15 dias (quem me conhece sabe meu amor por zouk);
 7.1 Voltar a fazer aula de dança OU
 7.2 Participar pelo menos de dois workshops ou congressos de dança;
8. Ir a pela menos uma estreia de filme no cinema (e assistir mais a filmes);
9. Ir mais ao parque sozinha;
10. Aprofundar meus conhecimentos e praticar o budismo;
11. Cuidar melhor da minha saúde:
 11.1 começar tratamento dermatológico;
 11.2 ir ao ginecologista com periodicidade;
12. Criar vergonha na cara e abrir uma poupança, ao invés de juntar dinheiro e guardar debaixo do colchão como uma velha;
13. Fazer minha tatuagem;
14. Comprar uma máquina fotográfica decente (há dois anos sem, çocorro!).
Na falta do que escrever vai meme e foi assim que comecei o ano de 2013. Mas ok, o que vale é a intenção, principalmente, eu que ando precisando desse empurrãozinho. E apesar de saber que todas as minhas metas só serão realizáveis se eu conseguir de fato o item nº1... É, sem money muitas coisas serão impossíveis de se concretizar. Enfim, que tenhamos um 2014 com mais sonhos realizados! Obrigada por quem ainda me visita.