Tantas vezes;



De camisa e calcinha puídas ela se atirou e o vento em sua pele aveludou-se. E o estalido de seu corpo seminu, surdo.

Repetidas e incontáveis vezes ela ensaiou a cena final. Imaginava-se com os olhos cintilando desespero incomum, enquanto seus braços abriam-se ao voo livre, as pernas sucumbindo à queda e seus lábios denunciando-a com um quê de satisfação.

Tão egoísta. Tão ela.

Do contrário, apenas emudeceu a própria vontade. E caiu... Acolchoadamente no sofá. De camisa levantada e calcinha umedecida. Mais um dia experimentando da sensação do não ter. Outra vez querendo que o corpo dele a impelisse de um desejo sem fim. Arquejando “só pra você me poupei”.
Pauta do #DesafioBlogueiro.

5 comentários:

  1. Gosto de te ler assim...

    Saudades de ter tempo para vir aqui...


    Beijos

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  2. A verdadeira completude de nosso corpo está quando poupamo-o para o ser amado.
    Isso é válido.
    Abraços.

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  3. Wow, que incrível seu texto!
    Ele me fez pensar umas duas coisas que, na verdade, eram outras! Parabéns, amei.
    Beijos. Bom final de semana :)

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  4. Ai, Babi... Seus textos sempre deixando margem pra imaginação do leitor!
    E concordo com a Nina ♥ rs

    Beijos!

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