Ainda
descabelada, despertei com o som insistente do despertador, porém o ignorei e
colocando-o em modo soneca, deixe-me cair num sono leve típico dos cinco
minutinhos adicionais de todas as manhãs. Adiei-o novamente e no terceiro sinal
acordei desesperada, pois estava atrasada outra vez. Desencorajada ainda dei
uma última olhadela no visor do celular e lá estava a mensagem dele... Aquela
que motivou a desordem do meu dia.
O dia já começara mal e eu nem havia posto meus pés direito para fora da cama. Aquelas palavras me trouxeram um desalento, porque me vieram em resposta de meus últimos dizeres na noite anterior. Eram totalmente desnecessárias e ele o sabia, mas eu entendia suas justificativas de tê-las dito.
E são por desaforos como esses que, às vezes, me batem a vontade de me desapaixonar dele. Eu já esperava que nossa relação tivesse conturbações nada fáceis, mas com a intenção de não cometer descaso com as lamúrias dele, em troca recebi ingratidão.
Não é “síndrome de coitadinha”, mas sinto que devia pedi-lo desculpas. É que na tentativa de ampará-lo, a forma como falei possa ter saído desajeitada e fui interpretada erroneamente. E talvez seja isso que falte a outros casais - a paciência. Por mais que um ato seja desagradável ao parceiro, é possível que ele tenha praticado de maneira impensada, sem saber que feriria a outrem. E então é preciso esperar para que o mesmo se desarme e em calmaria possam dialogar.
Ainda que meu dia tenha seguido desbotado, desalinhado e que o mundo estivesse prestes a desabar sobre minha cabeça, me senti totalmente desarticulada quando ele viera conversar comigo e dizer que me amava. E tem como desenamorar de alguém que, aconteça o que acontecer, não vai descuidar de você? Acho que não, hein. Eu desgarro quando é necessário, mas bom mesmo é quando fico desaprumada aos encantos dele.
É fácil ver uma relação se destruir e se desmantelar. Mas são nessas pequenas desavenças que vejo o quanto preciso amadurecer para não desistir. Em parceria, é provável que com o tempo um ajude o outro a desabrochar o que há de melhor dentro de si. E os erros e tropeços vão se tornando maleáveis de acordo com a convivência.
12.09.2012 - Crônica produzida para trabalho de faculdade.
Há tanto tempo que não comento nada, que perdi a prática.
ResponderExcluirVolto quando as palavras me saltarem nos dedos com mais exatidão.
Linda crônica, Babi!
ResponderExcluirás vezes é bem difícil, mas quando há amor (amor mesmo) a vontade de tentar sempre é maior que a de desapaixonar.
"E os erros e tropeços vão se tornando maleáveis de acordo com a convivência. " Super concordo. Palavra de quem vivencia/vinvenciou isso.
Beijo!
Talvez não.
ResponderExcluirPrefiro desapaixonar e ter amor-próprio do que saber que convivo em uma relação que não flui mais tão bem assim.
E quem cuida de mim sou eu.
Abraços.
Sinceramente, não acho nada fácil ver uma relação se destruir. Acho profundamente doloroso.
ResponderExcluirBonito texto, Babi. Imagino uma menina sentada numa poltrona de balanço pensando na vida, enquanto alguma música bonita toca ao fundo, mas ela ta preocupada demais pra perceber... Sabe?
O que vc faz na faculdade, flor? Fiquei curiosa. Beijos!
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ResponderExcluirOlá Babi! Como vai você?
ResponderExcluirÉ, taí uma coisa que gera diversidades de opiniões, relacionamentos amorosos. E cá estou eu para expor um pouco a minha opinião! :)
"São nessas pequenas desavenças que vejo o quanto preciso amadurecer para não desistir"
Me fisguei nesse trecho, pois, é nesses momentos que precisamos contar até 10 e pedir paciência, paciência para aprendermos com os nossos erros e os erros alheios. Sabe, Babi, temos que está cientes, que não existe relacionamento amoroso fácil, afinal, são dois seres complexos que resolveram compartilhar diferenças e semelhanças entre si. Os momentos conflitantes, são importantes, sabe por que? Porque, é nesse momento que perceberemos o quanto suportamos os defeitos do outro. Não sei se você já ouviu isso, mas... Devemos nos relacionar com pessoas que suportamos os defeitos, caso contrário, esses conflitos só tendem a aumentar. E isso não tem repercussão positiva no futuro de ambos. Quando realmente gostamos de alguém, só de pensar no fim da relação, dá uma agonia tremenda em nossos corações. No entanto, temos que ter o amadurecimento suficiente, para saber, que quando realmente há amor, queremos ver a pessoa que amamos feliz, independente se está conosco ou não. E para finalizar. Para alcançar esse amadurecimento, a primeira coisa que deve- se ter em mente é a consciência do amor próprio. Já que, para amar completamente outrem.... amor que é amor, surge do interior, do nosso interior. Se expressando para o nosso exterior e só assim poderá alcançar inteiramente as outras pessoas. Sem falar que para ter esse alcance, será preciso que os sentimentos sejam recíprocos.
:) Abraço e Bom final de semana!