Moço, hoje, espiando as notícias dos jornais expostos no quiosque, enquanto esperava o ônibus como de costume, sua imagem veio me visitar. Sempre tento me esconder dos olhares vagos e cansados dos outros tantos trabalhadores e estudantes que naquela plataforma passeiam, me perdendo também em lembranças ou fatos do dia. Mas hoje carregando meu próprio pesar, fitando aquelas imagens e deixando o pensamento vaguear, me recordei de você e de quando num domingo qualquer ao ler uma mensagem sua, todo alegre, numa dessas redes sociais que sua entrevista sairia no jornal de pequena circulação na cidade, eu gelei. Digo, nesses tempos, nós pouco estávamos nos falando, meu sentimento por você minguava e, de repente, isso... Não, eu não corri à banca mais próxima para comprar um exemplar. Distraidamente horas mais tarde, na frente do caixa da padaria entre a contagem das moedas e o olhar atento do funcionário, eu o perguntei “esses jornais são de hoje?”, me afobei um pouco lhe entregando o dinheiro resistindo à tentação de procurá-lo por detrás daquelas páginas, enquanto o rapaz me respondia positivamente e me encarava. Então toda prosa lhe questionei descaradamente “posso folhear um em específico? É rápido, juro”. Ele me sorriu e consentiu. Sério... Eu os desempilhei e fiz uma busca superficial nos nomes e folhas, mas não o encontrei. O olhar de outra funcionária me afligiu - odeio ser vigiada. Vendo que não conseguiria o que queria, desisti. Reorganizei-os e me despedi agradecendo a gentileza. E certa de que tanto faz lhe ver ou não, acho que eu só tinha curiosidade em saber se você estava bem e se seus sonhos estavam se realizando. Sei que está indiferente sobre a minha vida e não espero outra coisa, porque afinal de contas, você nunca esteve afim. Só escrevi isso para você saber, em algum tempo, que estou bem... E, hoje, tenho alguém gostando de mim.
Que você também encontre alguém para si!
B.
Saudades imensas de você e das suas palavras Bárbara. Gosto de te ler, de poder sentir você em pauta, às vezes eu sinto como que se suas palavras estivessem acariciando a minha nuca - aquele movimento leve que nos leva pra mais perto de nós mesmos até.
ResponderExcluirAdorei o escrito, muito profundo e cheio de significados - Só queria mesmo é achá-lo mais alegrinho.
Beijos.
Quando percebi, o texto já havia terminado. A leitura fluiu e gostei de tudo!
ResponderExcluirNossa! Fazia tempo que não lia tuas palavras e foi muito bom.
Beijos, Babi!
Catarse. Li seu texto colocando minha vida nele. Essa frase especifica vou até publicar no meu facebook. É eu. hahaha "E certa de que tanto faz lhe ver ou não, acho que eu só tinha curiosidade em saber se você estava bem e se seus sonhos estavam se realizando. Sei que está indiferente sobre a minha vida e não espero outra coisa, porque afinal de contas, você nunca esteve afim." Mentira, só não vou postar, porque ainda não me recuperei bem.
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