Capítulo 10 - Culpados ou vítimas?

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Olga que já era rebelde por natureza há um ano mudara completamente, porém com o dobro daquilo que era intrínseco a si. Observando aquela foto e a citação no verso, o que ocorria com a irmã se aclarava em partes. E todas as respostas estavam dentro daquele diário. Aimée poderia simplesmente ignorar tudo o que estava escrito ali e deixar que as feridas distintas de ambas cicatrizassem com o tempo, sem que uma interferisse a outra, isso era ao menos o correto a se fazer. Contudo, ela precisava das malditas respostas e se naquele emaranhado de conhecidos existiam culpados e vítimas...

Até que ponto a ausência de Dan, irmão mais velho de Denny, era responsável pela aspereza e amargor na vida de Olga? Ou melhor, quando os dois estiveram envolvidos? Porém era fácil deduzir a partir da estrofe da música que aquele amor sempre fora unilateral, porque até onde a própria Aimée sabia Dan tratava ambas como da própria família... Ou as evidências traíam qualquer dedução.
•••
Aimée percorreu as primeiras páginas com rápidas olhadelas. Buscava palavras chaves que interligassem os fatos ou frases que revelassem a paixão que Olga sentia por Dan. E, ao invés disso, Aimée encontrou trechos que retratavam metodicamente o cotidiano da irmã tornando a leitura desnecessária e enfadonha. No início, enquanto passava as folhas sentiu uma fragrância floral bem impregnada ao diário, cujo era o perfume de Olga, e somente quando o olfato acostumou-se com o cheiro é que conseguiu aproximá-lo ao rosto para que pudesse ler melhor alguns garranchos.

A leitura só começou de fato quando Aimée deparou-se com duas páginas inteiras cheias de corações, anotações pelos cabeçalhos e rodapés e uma foto impressa colada no canto superior esquerdo de Dan. Facilmente comparada àquela que estava solta, pois nas duas Dan estava com a mesma blusa. Parecia até inevitável não gozar silenciosamente da irmã que agia como uma donzela enfeitiçada. Mas em questão de segundos obrigava-se a rebater tais pensamentos com a imagem de Dan e algumas palavras de saudades expressas por Olga. Era triste lembrar-se dele. E outros sentimentos só foram expostos em vários trechos soltos, páginas depois, como:

“Ele ainda me faz falta. Mesmo que em presença compartilhávamos o silêncio...”

“... eu poderia ter evitado, mas eu não fui capaz de fazer nada. Perdoa amor!”

“Eu amo tanto ele e agora ela não está mais junto a mim, mas sabe que eu o amo, porque ele é meu Anjo.”

Enquanto lia aquilo Aimée se permitiu chorar, porque era de alguma forma estranho ver o mundo da janela de Olga. Um mundo preto e branco enveredado por jardins de plantas secas. E naquele momento tornava a pensar que Denny também havia conseguido destruir seu mundo, porém tinha ímpetos de combater todo aquele mal que havia caído sobre a sua vida. Ainda havia muito que descobrir. Porque era indiscutível, Olga sabia muito mais sobre a morte de Dan.

“... eu poderia ter evitado, mas eu não fui capaz de fazer nada. Perdoa amor!”
(...)

Olha eu voltando com o conto. Eu nem me lembrava mais que tinha escrito esse capítulo em novembro do ano passado, sério. Aí a Joyce me lembrou esses dias e eu fui parar pra relê-lo e pensar num caminho a dar. Talvez, em breve, já poste o próximo capítulo. Percebi muitos vícios de linguagem (re)lendo-o, então deem um desconto.
Beijo pra quem é de beijo

5 comentários:

  1. Que bom ver vc voltando a postar o conto. Espero pelos próximos capítulos.

    Beijos

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  2. Babizinha, tava sentindo falta da continuação desse conto mesmo. Que bom que resolveu postar uma continuação. Quero ver o desenrolar da trama... Acho que teremos belas surpresas.

    Um abraço!

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  3. Oie Babi!!
    Não sabia que você escrevia, mas parabéns! :)

    Passando aqui pra avisar que está rolando sorteio de um livro lá no blog, vai lá e participa!!
    Grande beijo! :*

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  4. Ai, que ótimo!
    Gosto tanto desse conto, e acho incrível a tua escrita tão trabalhada.

    Beijos, Babi!

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