Foge mulher!

E mais uma vez tudo se repetia. A campainha tocou insistentemente naquele dia, era Nina de doze anos de idade, filha de Maria, a vizinha. Chorava compulsivamente e eu entendia bem o porquê.

Antônio, seu pai, chegava bêbado todos os dias. Bebia para esquecer os problemas, fazer farra ou até mesmo quando não tinha motivos, encontrava algum para se afogar na “manguaça”. E como se não bastasse a bebida, vivia jogando, gastando o pouco dinheiro que Maria conseguia com as diárias que fazia.

Ofereci meu lugar no sofá e enquanto afagava-lhe os cabelos, pesadamente eu respirava. Não suportava mais vê-la daquele jeito. Escutávamos os ruídos dos móveis velhos sendo arrastados e o estardalhaço que os objetos faziam ao serem arremessados contra a parede e ao chão.

Nina falava entre soluços e gaguejos:
- Não quero mais ver ela assim, tia. Ela não merece!

E não merecia mesmo. No início, Maria ainda lutava contra as mãos ferozes do marido, mas aos poucos fora perdendo as forças e com isso, a vontade de viver. Parecia que queria morrer ali. E Nina afirmava que a mãe era uma doida varrida de amor pelo marido. Que amor era aquele... Que destrói os sonhos e deixa marcas pelo corpo?! Não havia desculpas para tal atitude.

E eu mais uma vez tentava convencer a menina a deixar-me ligar para a polícia, porém era guerra vencida. Ela tinha medo que o pai não fosse preso e voltasse para casa com ainda mais raiva das duas.

Como sempre, ela voltava para casa com alguns doces que minha mãe lhe dava quando as coisas se acalmavam por lá. Mas naquele dia... Ah, se eu tivesse chamado a polícia...
¹P.S.: Denuncie! É isso que tenho a falar, hoje, com esse meu post. Texto fictício, mas que existe em qualquer lugar. Meu primeiro aviso é para mulheres: não aceite qualquer insulto ou "tapinha", uma hora a coisa se descontrola e só Deus sabe onde vai parar. Segundo: se ver alguma mulher em apuros não meta-se a valentão (a), chame a polícia. Terceiro: se acompanha algum caso de violência contra a mulher, tome uma decisão pela vida de outra pessoa, ou o problema pode tomar proporções maiores e irreversíveis. Ligue: 180.
²P.S.: Texto inspirado pelo post do blogueiro Cafa.
Beijo pra quem é de beijo!

16 comentários:

  1. Ah, é lamentável mulher que se submete a esse tipo de coisa.
    Tapinha? Murrinho? E um beijinho?
    Não, não. Há de se cortar logo o mal pela raiz.

    Denuncieeeemos, não permitaaaamos!

    Beijo.

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  2. Passando pra deixar um beijo e uma boa semana :)

    Obrigada por passar na Casinha :D

    xxx
    Ana

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  3. Como uma mulher pode se rebaixar a esse ponto?
    Isso não pode acontecer...
    Vamos ter um pouco de amor próprio e denunciar esses idiotas que batem em mulheres...

    Bjs

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  4. Não entendo as mulheres que se submetem a isso. Claro que, muitas vezes. é por ameaças. Mas precisamos mesmo denunciar, ou continua desse jeito.

    Beijo.

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  5. E pensar que neste exato momento isto está acontecendo em milhares de casas por aí. ótimo texto, pena que as mulheres não preferem não enxergar que isso não é amor e denunciar logo estes monstros.

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  6. Não entendo porque as mulheres se submetem a isso 2. Temos que denunciar!
    E obrigada pelos parabéns, linda *-*
    Beijos

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  7. Infelizmente essa é a dura realidade de algumas mulheres. Elas são fracas sim, mas não devem ser julgadas. Porque cada um sabe as dificuldades que vive, as limitações. Não defendendo, mas também não julgo.

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  8. Ele merecia uma surra bem grande, merecia apanhar até cuspir sangue e implorar pra morrer!
    [me revolto com essas coisas]


    muito bom o texto.

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  9. Nossa o texto é muito profundo, muito lindo Parabens!
    Mais tambem a personagem sofre por que quer, revolta ver uma mulher apanhar e continuar com o homem que ah agride...
    Por isso que acontece isso, o respito se perde, uma pena

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  10. O blog ta lindo xD

    E realmente, tudo começa com um tapinha e vira espacamento!
    E o que faz tudo isso continuar é a falta de denuncias, é a impunidade que os agressores encontram \o/

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  11. eu sou a favor das mulheres fortes e com pensamentos diretos, que não aceita esse tipo de coisa;

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  12. Ótimo post, Babi. Entre Blorkutandos de PostIts da vida a gente quase se esquece de usar as palavras como denúncia, como aviso.
    Mas não pode, né '-' Obrigada por me lembrar.

    ps. no MSN vc me perguntou se o projeto ia pra frente ou não. Cara, sem falsa modéstia, acho uma ideia boa. Mas não sei se tenho como manter, entende? Por isso tô meio com o pé atrás... Se souber de alguém que aceite mexer nisso com você ou por conta própria... (:

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  13. o certo é mesmo denunciar
    violência, de qualquer tipo
    precisa ser denunciada

    e quanto aos alheios à violência
    mas afetados por ela indiretamente
    bom
    um pouco que seja de atenção já é uma grande, mas grande ajuda mesmo

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  14. Oi...
    Adorei o post...é isso ai...a mulher tem mais é que denunciar...Atitude mais acefala desses homens que acham q podem bater nas mulheres.

    Parabéns pelo post..
    Amei o lay novo!!!

    bjs

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  15. Ameiiii. Violência doméstica é algo ainda que a sociedade fecha os olhos.
    Muito bom Baby começou o ano arrasando hein.
    beijos

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  16. Adorei como sempre. Infelizmente acontece e muito casos iguais ou piores ao retratado no seu texto. Todo mundo vê mas não quer enxergar.

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