♪ Eu assim, você assim

"Nunca, nunca, nunca, nunca
 fuja, finja, fale que eu não disse
baby, baby, baby, baby.
Vamos ser sinceros, come on baby..."
Tulipa Ruiz - Like This

Acredito que seja impossível passar pela vida sem se magoar ou magoar alguém. É, definitivamente é inviável atravessar o mar da vida e chegar a outra margem intacto. De um modo ou outro, nos magoamos. Não só nos magoamos, como também magoamos os outros. Faz parte da nossa natureza imperfeita. Não há como nos livrar dessa nossa característica ferina. Porém, o que é verdadeiramente inaceitável é sofrer calado. É ser ferido e ficar chorando no canto, calado, com a dor engasgada na garganta.

Mas não, não se julgue covarde, apenas comedido em seus atos e suas palavras. Não é a toa que creio que há poucas pessoas que parem para refletir sobre suas próprias atitudes antes de apontar o bedelho nas fuças do outro. Porque, afinal, vivemos em pleno “júri popular” cotidianamente, onde se procura culpados e nós – o lado frágil -, no mínimo, seremos as vítimas.

Sabe quando você se entende perfeitamente com alguém e, num dia qualquer, esse alguém profere uma palavra de modo descuidado, ou faz algo que nos atinge de uma maneira negativa? Pronto, parece que grande parte do encanto se desfaz e, subitamente, aquela relação, antes harmoniosa, se torna tensa e “cheia de dedos”. Você se sente magoado, se sente triste, porque, mesmo sem saber se houve ou não a atenção de te deixar pra baixo, deixou e você não consegue simplesmente deixar pra lá. Você se sente sufocado e, numa bela manhã, resolve explodir e despejar tudo ao tal alguém. E aí, amigo, as coisas podem ficar verdadeiramente feias.

Exagero? Não. Sensibilidade à flor da pele? Talvez. É custoso manter um diálogo quando tudo já veio por terra abaixo. Provavelmente, a parte magoada melindre e a outra se sinta acuada, porque nem sabe o que cometeu. E aqui vejo onde mora o erro – as pessoas têm medo de chatear umas às outras com a verdade quando se sentem incomodadas e ao acumular esse rancor dito “bobo”, pode nos trair por dispará-la num momento inoportuno.

E é totalmente possível magoar alguém, e nem ao menos se dar conta disso. Como dizem alguns: “Eu sou responsável pelo que digo, não pelo que os outros interpretam...”. Porém, quando a parte magoada abre o seu coração, ela espera que a outra, a que magoou, tente entender seus sentimentos, mesmo que eles sejam meio loucos, meio exacerbados. Não somos responsáveis pelas interpretações alheias, mas podemos analisar nossas palavras, estudar, de forma honesta, se elas não dão mesmo margem a uma interpretação equivocada. Porque, dessa maneira, evitamos tantos desentendimentos, tantas picuinhas sem importância.

Confesso com todas as letras: sou sentimentalóide assumida. Tenho medo de ferir os outros com minhas palavras e, se porventura, firo o outro com o que falo ou pela maneira como ajo, dou logo um jeito de engolir o orgulho e tentar entender seus motivos. Porque quando sou eu o lado atingido, sei como é. Às vezes, esses mesmos motivos parecem não ter pé, nem cabeça. Mas sinto-me incomodada por ter causado tamanha confusão por “nada”. Pois esse “nada” é sempre “tudo” pra alguém. Acredito que o sentimento mais humano talvez não seja o amor e, sim, a empatia – um pedacinho de amor e respeito. Pra que nos faça entender e acolher o outro. E o equilíbrio é o motor pra todo bom relacionamento.
Parceria super especial com a guria arretada Erica Ferro. Uma ótima maneira de fechar meu ano aqui no blog. Espero que vocês levem para 2013 um pouquinho mais de amor pela vida e dialoguem mais com seus amigos, familiares e conhecidos. Porque, sim, a conversa é a base de tudo. Um feliz 2013 a todos vocês que passaram por aqui. Que tenhamos um ano mais próspero! Beijo pra quem é de beijo

7 comentários:

  1. Babizoca, adoro você. Adoro nossos textos em parceria. Precisamos fazer outros, viu?

    Um abraço!

    Sacudindo Palavras

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  2. Passamos pelas vidas de outras pessoas plantando e cultivando carinho, mas também magoando bastante. Nas relações humanas, sempre haverá uma marca significativa. Sempre causaremos algo que, bem ou mal, poderá ser negativo ou não.
    Algo que deve ser pesado, mas jamais motivo de irritação ou arrependimentos.
    Abraços.

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  3. Manter um relacionamento é ter que engolir sapos constantemente, mas sinceridade, abrir o coração é importantíssimo para o amadurecimento dessa amizade, amor ou seja lá o que for.
    Esse texto caiu-me como uma luva; estou vivendo isso nos últimos dias.
    Adorei!
    Beijos e até o ano que vem! : *

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  4. Vocês não podiam ter achado uma forma melhor de terminar o ano, com esta super parceria de vocês, o texto está lindo, também só podia ter sido escrito por duas blogueiras talentosas!
    E babi, quero através deste post, recadinho te desejar um feliz ano novo, que 2013 venha cheio de coisas boas, e que eu continue admirando teus textos tanto aqui quando lá no Gurias Arretadas, sabe que eu te desejo tudo de melhor ^^

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  5. Não preciso nem dizer que amei a parceria, né? Vocês já arrasam separadamente e juntas então, deram mais certo ainda!
    Sobre o texto, me identifiquei um pouco. Sou do tipo que é magoada com muita facilidade, justamente por abrir meu coração demais. As vezes a outra pessoa nem sabe, mas me atingir é deveras fácil. O jeito é aprender a fechar o coração para sofrer menos e a selecionar melhor quem eu preciso me preocupar e quem eu deveria ignorar.
    Amei!
    Beijão :*

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  6. Que texto sensacional! Muito bem escrito e argumentado. Já até salvei nos meus favoritos para poder lê-lo sempre.

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  7. Acredito que seja exatamente isso. Você foi exata no que disse.

    "as pessoas têm medo de chatear umas às outras com a verdade quando se sentem incomodadas e ao acumular esse rancor dito “bobo”, pode nos trair por dispará-la num momento inoportuno."

    Eu também sou toda sentimentalôide e tudo o mais e é muito complexo quando a gente se sente chateado ou chateia alguém e não sabemos bem como lidar. Quando alguém até mesmo sem saber coloca o dedo lá dentro das nossas feridinhas e gira-o como se estivesse brincando, é muito doloroso e até difícil de expor ao outro o quanto nos magoou. E ficamos ás vezes nesse meio desejo de dizer o que sentimos e conter pra não chatear o outro também.

    Adorei o texto. Muito reflexivo!

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