Com o passar dos anos notei que a vida é breve e passa depressa diante da nossa própria pressa, atropelando os anos, os sonhos e a nós mesmos. E, de repente, fim. O que era para se ser, não foi e o que foi, simplesmente, cai no esquecimento, supera-se ou substitui-se por outras lembranças. No pensamento apenas um amontoado de quinquilharias e vagarosidades.
Nas fotografias, alguns rostos hoje até desconhecidos esboçando a alegria do momento, sorrisos compartilhados, trajes da época, poses em desalinho, a espontaneidade ou, decerto, a pose ensaiada como a matriarca ensinou. O lugar tampouco importava, mas esforçando a mente, porventura, fosse uma tarde qualquer regada às conversas e filosofias ou apenas embromação para atrair mais gente à nossa volta. Era o gosto da liberdade de ser e de se divertir sem se importar com quem ou para quê.
Inesperadamente, as manhãs correndo pelo galinheiro, o pomar e o quintal da vovó desaparecem; a meninice passa; as reuniões em família ocorrem apenas em datas especiais e, mesmo assim, tornam-se escassas; os amigos de papai somem aos poucos e os verdadeiros aparecem com certa frequência para uma cerveja gelada ou um bate papo amistoso... Colegial, primeiro amor, primeiro beijo; faculdade, primeiro namoro, festas e primeira vez; primeiro emprego, independência, carteira de motorista e decepções... Entre encontros e desencontros, a persistência em esquecer os erros, os defeitos e as tristezas como se a vida fosse feita apenas de bons momentos.
E, desses últimos anos, ponderei que o melhor da vida é subsistir – existir, ser e aprender a viver. Estou escrevendo tudo isso enquanto há tempo... Tempo para me recordar dos momentos, dos lugares, dos nomes e rostos – mesmo sabendo que de muitos o próprio tempo fez questão de apagar da minha memória -, das cores, dos gostos e dos meus próprios sonhos.
Nós somos tão banais, tão fúteis. Quantas vezes pedi a Deus para me esquecer de ocasiões inoportunas e das frustrações?! Perdi as contas... Mas eu não sabia da dor do olvido e lutava frivolamente entre a razão e a emoção.
Agora, sou uma passageira do tempo. Deixo que me leia enquanto estou sã, porque daqui a algum tempo estarei existindo em todas as minhas realidades vividas até não saber mais quem sou.
Nas fotografias, alguns rostos hoje até desconhecidos esboçando a alegria do momento, sorrisos compartilhados, trajes da época, poses em desalinho, a espontaneidade ou, decerto, a pose ensaiada como a matriarca ensinou. O lugar tampouco importava, mas esforçando a mente, porventura, fosse uma tarde qualquer regada às conversas e filosofias ou apenas embromação para atrair mais gente à nossa volta. Era o gosto da liberdade de ser e de se divertir sem se importar com quem ou para quê.
Inesperadamente, as manhãs correndo pelo galinheiro, o pomar e o quintal da vovó desaparecem; a meninice passa; as reuniões em família ocorrem apenas em datas especiais e, mesmo assim, tornam-se escassas; os amigos de papai somem aos poucos e os verdadeiros aparecem com certa frequência para uma cerveja gelada ou um bate papo amistoso... Colegial, primeiro amor, primeiro beijo; faculdade, primeiro namoro, festas e primeira vez; primeiro emprego, independência, carteira de motorista e decepções... Entre encontros e desencontros, a persistência em esquecer os erros, os defeitos e as tristezas como se a vida fosse feita apenas de bons momentos.
E, desses últimos anos, ponderei que o melhor da vida é subsistir – existir, ser e aprender a viver. Estou escrevendo tudo isso enquanto há tempo... Tempo para me recordar dos momentos, dos lugares, dos nomes e rostos – mesmo sabendo que de muitos o próprio tempo fez questão de apagar da minha memória -, das cores, dos gostos e dos meus próprios sonhos.
Nós somos tão banais, tão fúteis. Quantas vezes pedi a Deus para me esquecer de ocasiões inoportunas e das frustrações?! Perdi as contas... Mas eu não sabia da dor do olvido e lutava frivolamente entre a razão e a emoção.
Agora, sou uma passageira do tempo. Deixo que me leia enquanto estou sã, porque daqui a algum tempo estarei existindo em todas as minhas realidades vividas até não saber mais quem sou.
Texto inspirado numa crônica da Danuza Leão, já estava com a ideia e ao ler o texto dela amadureceu o que eu já tentava escrever. Enfim, até mais!
Beijo pra quem é de beijo.
Ler qualquer coisa sobre Alzheimer me deixa muito sensibilizada, tocada... Mas, acima de tudo, amedrontada, sabe? É uma doença cruel na qual tudo que uma pessoa tem vai sumindo aos pouquinhos sem que nem mesmo ela se dê conta. É muito, muito triste. Acho que se Deus fosse mesmo capaz de castigar as pessoas (coisa na qual não acredito, pois ao meu ver Deus é amor e perdão, não carrasco), acho que Ele escolheria essa, em troca mesmo das coisa que a gente pede pra esquecer.
ResponderExcluirSina nossa.
ResponderExcluirÉ triste e ao mesmo tempo belo o ciclo da vida... Ninguém vive para sempre, tudo passa, todos passam. Me identifiquei muito com esse texto, de alguma forma...
ResponderExcluir*Qual crônica? Adoro a Danuza!
acho, é pode ser até agora a minha maior viagem, que nós começamos, digo todas as "gurias", a entrar numa especie de sintonia, começo a perceber q nossos textos estão ficando cada vez mais carregados de personalidade... e como é bom ver e sentir isso! rsrsrss, parabéns! beijoooo e se cuida!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão tenho palavras.
ResponderExcluirÉ o que acontece quando leio textos assim.
Sei que já disse isso e repito: Gosto do modo como escreve. Do toque todo especial em cada texto.
Obrigada pelo comentário. Ri demais com o "mané" haha!
Beijos, Babi!